1A (UMA)



Sinopse:


1A (UMA) investiga na cena a multiplicação de personagens estereotipados, através de um jogo que oscila entre a presença “ao vivo” da atriz com sua imagem projetada em tela. Jogo que também oscila entre o movimento figurativo e o movimento abstrato, entre a conservação e a superação de personagens. Têm-se, assim, um labirinto de identidades que questionam uma noção de sujeito como um ser dotado de uma subjetividade anterior e separada da linguagem.


Ficha Técnica:


Concepção e Direção: Monica Siedler e Roberto Freitas
Atriz: Monica Siedler
Cenário, iluminação, trilha sonora e vídeos: Roberto Freitas
Figurino: Monica Siedler
Realização: Arco Projetos em Arte LTDA
Duração: 40 minutos
Faixa Etária: a partir de 14 anos 


Trailler

 


Histórico


A obra fotográfica da artista plástica americana Cindy Sherman representa o ponto de partida para a investigação poética de 1A (Uma). Do estudo da teatralidade nos auto-retratos de Sherman, tema da dissertação de mestrado de Monica Siedler, iniciou-se a parceria com o artista plástico Roberto Freitas.
Usando-se como objeto se suas performances, Sherman ganhou notoriedade com sua série de fotografias Untitled Film Stills (1977-1980), no qual se auto-fotografa com identidades diferentes, agindo em lugares e situações diversas. Tendo como fonte primária o cinema, Sherman projeta-se através de estereótipos femininos veiculados pelos filmes clássicos hollywoodianos, pelos filmes noir, B- movies e cinema europeu. Numa foto ela é uma grande atriz do cinema francês dos anos 50, na outra uma dona de casa, mulher sedutora, esportista, sofredora; todas personagens montadas por roupas, perucas, maquiagem e atitudes que as diferenciam umas das outras e mantém o “eu” da artista oculto.
Tais figuras femininas são construídas como consciência (ou efeito) do olhar do outro, e por isso são muitas vezes desprovias de interioridade. Nesse caso, a identidade feminina é apresentada como uma máscara social fruto da interação do indivíduo e as pessoas que a cercam. Trata-se de uma crítica de Sherman à maneira como a mulher é representada pelos meios de comunicação.
Mas as fotografias também revelam o jogo lúdico, quase infantil, do prazer de se mascarar e viver identidades infinitas que se entrecruzam, se negam, se anulam e definham até revelar a pele por baixo de tanta maquiagem e roupa, ressurgindo de novo em novas identidades, que transitam entre o ser e o não ser.
Essas e outras reflexões levantadas a partir da pesquisa bibliográfica acerca da obra de Sherman e da teatralidade presente em suas fotografias, criaram a vontade de experimentar nas artes cênicas modos de trabalhar essas questões no palco.
Uma bolsa de pesquisa de 5 meses concedida à Monica no primeiro semestre de 2007, pelo projeto Série Mergulho no Palco (cordenação geral de Zilá Muniz), para criação de um solo, possibilitou a parceria artística entre Monica e Roberto, viabilizando a montagem de 1A (Uma).
O espetáculo estreou em julho de 2007, no Teatro Ademir Rosa (CIC), em Florianópolis.
 
Fotos:















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